
A indústria de games no Brasil está vivendo um momento histórico e deve dobrar de tamanho até 2028, impulsionada principalmente pelos jogos mobile. Títulos como Free Fire e Candy Crush estão na linha de frente dessa revolução, que está transformando o celular no principal console dos brasileiros. A previsão é de que o setor atinja um faturamento de US$ 3,67 bilhões (cerca de R$ 21,5 bilhões) nos próximos anos.
Segundo relatório da PwC, os jogos de aplicativo — acessíveis, gratuitos e altamente populares — representarão mais de 83,8% da receita nacional até 2028. Free Fire, um fenômeno entre jovens e comunidades periféricas, se destaca como um dos principais motores dessa explosão no mercado. Com partidas rápidas, sistema competitivo envolvente e forte presença nas redes sociais, o game se consolidou como símbolo da cultura gamer brasileira.
O sócio e líder de tecnologia da PwC Brasil, Fernando Queiroz, destaca que os jogos mobile seguem crescendo mesmo em tempos de instabilidade econômica, por serem uma forma barata e prática de entretenimento. Ele aponta ainda o papel dos anúncios premiados — vídeos assistidos em troca de recompensas nos jogos — como uma tendência lucrativa que atrai tanto jogadores quanto marcas. A publicidade dentro dos games deve crescer 24,8% ao ano até 2028, superando a média global de 15,4%.
Enquanto isso, os jogos de console e PC crescem em ritmo mais lento, entre 5% e 6% ao ano, e enfrentam desafios como o alto custo de equipamentos e barreiras tarifárias.
Hoje, cerca de 75% da população brasileira joga pelo celular, e o tempo médio de conexão diária à internet já supera nove horas. Isso mostra o espaço gigantesco que o mobile conquistou no cotidiano da população, especialmente entre jovens que encontram nos jogos não só diversão, mas também identidade, comunidade e até oportunidades profissionais.
No contexto global, o Brasil ainda está atrás de regiões como Ásia-Pacífico, América do Norte e Europa, mas segue como um dos maiores polos de consumo de jogos casuais do mundo — especialmente os de celular.
Mostrando que o país, antes conhecido como “do futebol”, também se tornou o país do Candy Crush e do Free Fire.